Domingo, 20 Abril 2025
“De luto”, policiais civis de Vilhena fazem ato em apoio à paralisação nacional da categoria.

“De luto”, policiais civis de Vilhena fazem ato em apoio à paralisação nacional da categoria.

Desde a “Operação Cumpra-se a Lei”, apenas 30% de seu efetivo atuam
Trajando roupas preta, policiais civis de Vilhena se reuniram na manhã desta quarta-feira, 21, em frente a Delegacia de Polícia Civil para um ato de apoio à paralisação nacional de um dia convocada pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis – COBRAPOL. A paralisação foi decidida em assembléia que aconteceu a cerca de um mês em São Luis-MA. “Todas as polícias civis vão parar um dia no Brasil inteiro”, disse José Dorival, representante do Sinsepol – Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Rondônia. 
JD lembrou que a polícia não pode parar totalmente: por lei, a instituição é obrigada a manter 30% do efetivo atuando para garantir os serviços essenciais. O que, no caso de Vilhena, já vem acontecendo desde o dia 21 de junho, quando os policiais deflagraram a “Operação Cumpra-se a Lei”. A partir desta data, foram suspensos os sobreavisos e horas extras.  
“Para nós de Vilhena e do Estado de Rondônia, esta paralisação não será apenas de um dia, a sociedade tem que saber que nós estamos parados o ano inteiro. Enquanto o governador não regulamentar o sobreaviso e horas extras, a polícia só vai fazer o essencial, ou seja, flagrantes” explicou Dorival antes de concluir: “As investigações de segmento, que é o que desarticula as quadrilhas mais organizadas, inclusive o desvio de verbas públicas e outras que causam danos maiores população, estas não serão feitas”.
O representante do Sinsepol enumerou que além da regulamentação do sobreaviso e das horas extras, que seriam os mais simples de serem atendidos, segundo o sindicalista, a pauta estadual ainda tem: a contratação de novos agentes e a implantação do Plano de Carreira Cargos e Salários – PCCS. 
Dorival citou como pauta nacional da categoria a reavaliação do Projeto de Lei 257 e da PEC 241, do Governo Federal, que exige que durante os próximos 20 anos não haja aumento dos gastos com saúde, educação e segurança. “Eles estão querendo cobrar a conta da corrupção e da má gestão das últimas décadas do servidor público e da população, que ficará sem os serviços essenciais, sem educação, sem saúde e sem segurança”, pontuou Dorival. 
SITUAÇÃO DE VILHENA 
Atendendo Vilhena e Chupinguaia, que juntas somam uma população que ultrapassa os 100 mil habitantes, a 1ª Delegacia de Polícia Civil de Vilhena conta com cinco investigadores para a realização dos trabalhos de campo. “É difícil investigar alguma coisa complexa, na verdade não dá para investigar nem furto de galinha, só dá para fazer os flagrantes”, disse Dorival. 
De acordo com o policial, desde o início da “Operação Cumpra-se a Lei”, em 21 de junho deste ano, mais de 4 mil inquéritos já estão acumulados. “Se esses inquéritos ficam parados aqui, não vão para o Fórum, e não indo para o Fórum não há julgamento, nem condenação, então, aquele que cometeu um crime e poderia ser preso, não o será e permanecerá cometendo outros delitos,” alertou.
De acordo com dados fornecidos pelo sindicalista, o universo de mais de 100 mil pessoas divididas em duas cidades, é atendido hoje, a cada plantão, por cerca de 27 a 30 trabalhadores policiais civis. Sendo: 2 investigadores; 2 comissários; 6 agentes; 3 escrivães; 1 delegado; 7 no setor administrativo; 2 no Instituto de identificação; 1 médico legista; 1 técnico de Necropsia; perito criminal; e mais cinco agentes que atuam na DEAM - Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. 
http://www.folhadosulonline.com.br/noticias.php?id_noticias=28940

Fonte: Folha do Sul 
Autor: Rogério Perucci
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