Sinsepol destaca qualificação, determinação e compromisso dos policiais civis da Delegacia de Homicídios com a sociedade

REALIDADE – Dados do setor de estatísticas da Polícia Civil de Rondônia apontam um índice superior a 76% na resolução de crimes
Taxa acima da média nacional e é modelo na Região Norte do país; o DHPP em São Paulo, tem apenas 30% de casos solucionados
DA REPORTAGEM LOCAL
A Delegacia de Homicídios de Porto Velho está entre as mais eficientes do país e serve de modelo para a Região Norte. O desempenho da especializada é surpreendente. Dados do setor de estatísticas da Polícia Civil de Rondônia apontam um índice superior a 76% na resolução de crimes contra a vida. Uma marca espetacular, considerando as condições precárias que a polícia trabalha no Estado.
Em 2016, foram registrados 131 inquéritos policiais. Deste total, 99 foram solucionados pela equipe da especializada em Homicídios, em especial os agentes do Serviço de Investigação e Captura (Sevic). Os resultados positivos são confirmados em balanço anual liberado início deste ano. De janeiro a abril deste ano, são 31 inquéritos policiais registrado. Deste número, 22 foram solucionados. Uma marca significativa que, em se mantendo, vai superar o índice de 2016.
Com desempenho acima de média nacional – considerando proporcionalmente o número de habitantes – a Polícia Civil de Rondônia aparece entre as mais eficientes do Brasil. Os números são expressivos e mostram a qualidade, a capacidade, eficiência e competência dos homens e mulheres que estão na linha de frente no combate à criminalidade no Estado.
Dados do setor de estatísticas da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), divulgados recentemente, apontam que durante o ano passado, foram registradas 268 mil ocorrências. Deste total, cerca de 70 mil são atendimentos feitos pela Polícia Militar – responsável pelo policiamento ostensivo -, o restante, um total de quase 200 mil, foram registradas nas delegacias de Polícia Civil, em todos os municípios de Rondônia.
O número mostra um crescimento de pelo menos 30% em relação a 2015. Outro fator apontado como responsável pelo crescimento é a recuperação da credibilidade e confiança junto à população. “As pessoas começaram a procurar as delegacias para registrar ocorrência porque a polícia e os agentes estão dando respostas. Estão prendendo, estão recuperando um maior número de veículos roubados e furtados. Essa postura – apesar das dificuldades de ter um efetivo pequeno -, faz com a população confie na ação da polícia e registre suas queixas”, diz Rodrigo Marinho, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Rondônia (Sinsepol).
UNIFICAÇÃO
De acordo com Waldenor Melo, chefe do Serviço de Investigação e Captura (Sevic) da Delegacia de Homicídios, a elucidação dos crimes de homicídio, no geral, se deve ao grande esforço dos investigadores. Hoje composta por 16 investigadores que não medem esforços para cumprirem seu papel. Ele destaca ainda que se as engrenagens, que são necessárias para que o serviço flua, funcionassem e trabalhassem conjuntas, ou seja: criminalística, IML, perícia papiloscópica a quem ultimamente elevo meus agradecimentos. Tos serviços em um único prédio, e que em todos os locais fossem todos juntos. Além da instalação de um laboratório forense, dentro do prédio, interligando todas as ações para elucidação dos crimes contra a vida.
De acordo com Rodrigo Marinho, essa postura, esse modelo, elevaria o conhecimento de cada investigador, além de entrosar os servidores, proporcionando uma integração de todos, e dessa forma se tornariam investigadores. Até mesmo o legista poderia contribui muito mais no trabalho de ponta, realizados pelos investigadores. Eles trocariam informações em torno de um mesmo objetivo: Instituto de Identificação, IML, DECC. Ele acredita que o resultado final seria ainda mais surpreendente.
EXEMPLO PARA O PAÍS
De acordo com o presidente do Sinsepol, Rodrigo Marinho, a Delegacia de Homicídios de Rondônia, com todas as dificuldades enfrentadas, sem possuir equipamentos de ponta utilizados nas investigações, é um exemplo para o Brasil em dedicação e número de inquéritos solucionados. Isso graças ao preparo do policial, da determinação e do compromisso com sociedade, que depende dessa motivação, afirma Marinho.
Rodrigo Marinho cita como exemplo dados da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que tem uma média de 30% de resolutividade. Os dados foram publicados por Graham Willis, professor da Universidade de Cambridge (Inglaterra).
Segundo Marinho, Willis critica a forma como São Paulo contabiliza seus mortos em situações violentas – e diz que o cenário real é provavelmente mais grave do que o discurso oficial sugere.
O pesquisador questiona, por exemplo, a existência de ao menos nove classificações de mortes violentas em potencial (ossadas encontradas, suicídio, morte suspeita, morte a esclarecer, roubo seguido de morte/latrocínio, homicídio culposo, resistência seguida de morte e homicídio doloso) e diz que a multiplicidade de categorias mascara a realidade.
“Em geral, a investigação de homicídios não acontece em todo o caso. Cada morte suspeita tem que ser avaliada primeiramente por um delegado antes de se decidir se vai ser investigado como homicídio, enquanto em várias cidades do mundo qualquer morte suspeita é investigada como homicídio.”
Para ele, deveria haver mais transparência sobre a taxa de resolução de homicídios (que em São Paulo, diz, fica em torno de 30%, mas inclui casos arquivados sem definições de responsáveis) e sobre o próprio trabalho dos policiais que apuram os casos, que ele vê como um dos mais desvalorizados dentro da instituição.
EQUIPE
No total, 32 profissionais atuam na Delegacia de Homicídios; 16 investigadores, 06 escrivães, 03 delegados, 05 comissários – que estão em idade de aposentadoria -, mas que trabalham todos os dias para manter o padrão de eficiência da especializada.