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Diretoria do SINSEPOL participa de Audiência Pública na ALE que debate Diretrizes do Orçamento do Estado de 2018.

Diretoria do SINSEPOL participa de Audiência Pública na ALE que debate Diretrizes do Orçamento do Estado de 2018.

A Diretoria do SINSEPOL, na manhã de quinta-feira, 01 de junho de 2017, no Plenário da Assembleia Legislativa, participou da Audiência Pública com a finalidade de debater a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que rege o Orçamento do Estado para o ano de 2018.

O deputado Jesuíno Boabaid (PMN) disse que o objetivo é tentar entender a LDO de forma mais técnica, por isso pediu a presença não só do Executivo, mas das demais estruturas governamentais. “Quero também discutir a questão dos concursos públicos e contratações, percentuais de cada Poder e valores constantes nos fundos”, detalhou.

Jesuíno disse ser inadmissível que o Estado mantenha valores em fundos, em contas paralelas, enquanto a saúde e educação passam por colapso.

O deputado Geraldo da Rondônia (PSC) parabenizou a atual gestão pelo controle financeiro, o que deixa o Estado entre os dois únicos com as contas em dia no Brasil.

O deputado Anderson do Singeperon (PV) pediu que o Orçamento seja melhor discutido, citando que há salários com mais de R$ 100 mil pagos pelo Estado. Segundo ele, isso incha a folha de pagamento e é preciso rediscutir, “retirando estas gorduras de quem ganha acima do teto e garantir melhores salários àqueles que realmente seguram a ponta no Estado”.

Anderson afirmou que os servidores estão há quatro anos sem aumento real de salário. “Quando muito ganham a reposição da inflação”, destacou.

O secretário adjunto da Secretaria de Planejamento e Orçamento e Gestão (Sepog), Pedro Antônio Afonso Pimentel, realizou apresentação sobre a função do planejamento orçamentário, baseado no Plano Pluri Anual (PPA) do Estado. Ele explicou que um orçamento moderno deve manter controle, transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos, com estabilidade econômica por meio de ajustes.

O gestor relatou que o Estado teve frustrada a arrecadação em 2015, que refletiu nos anos subsequentes. Ele enumerou os percentuais de cada Poder e as despesas obrigatórias. Segundo ele, somente Saúde, Educação e Segurança Pública consumiram 49,67% do orçamento.

“O que salva os investimentos no Estado são os empréstimos que estão sendo investidos, pois sobrou pouco mais de R$ 49 milhões para investimentos”, afirmou.

O Secretário de Estado das Finanças, Wagner Garcia Freitas, salientou a força de Rondônia, que ainda consegue manter suas contas em dia, incluindo salários. Ele disse que o sistema tributário brasileiro onera a produção, enquanto em outros países é somente o lucro.

Ele afirmou que a crise iniciou quando o governo federal reduziu o IPI sobre determinados produtos, o que só em Rondônia reduziu a arrecadação em R$ 250 milhões. “Naquele momento iniciamos o corte e quando a crise chegou já estávamos preparados”, frisou.

Wagner Freitas disse que pode prometer que o Estado manterá os pagamentos da folha. “Mais que isso não posso”, afirmou, acrescentando que, para Rondônia continuar a manter seus compromissos, tem de crescer cerca de 4,5% ao ano.

O diretor de finanças e orçamento do Ministério Público, Aldenor José Neves, endossou as palavras do adjunto da Sepog e reforçou que o Estado não é ainda independente financeiramente, pois suas receitas dependem mais de 40% do Fundo de Participação dos Municípios.

O secretário de Planejamento da Assembleia Legislativa, Rafael Figueiredo Martins Dias, disse que é preciso estabelecer prioridades do que consta no PPA e que, se há recursos nos fundos, é preciso rever esta questão para manter os investimentos que beneficiem toda a população.

Dias comentou a questão da possível redução do percentual da Assembleia, tendo em vista a construção do edifício sede.

Jesuíno elogiou a fala do gestor do Poder Legislativo, pois ficou claro que há recursos em fundos e em outras áreas e enquanto isso a educação e saúde entram em colapso. “A Assembleia Legislativa não tem o maior repasse e não tem um fundo, enquanto secretarias tem”, acrescentou.

Boabaid defendeu que a Assembleia deve reduzir seus gastos após a entrega do prédio. “O dinheiro público deve ser zelado por todos, incluindo os poderes. Assim, sobra de recurso público tem de voltar pra fonte 0100”, defendeu o parlamentar.

O representante da Defensoria Pública do Estado (DPE), Valmir Junior Fornazari, disse que a atual gestão olhou com mais carinho para a DPE, aumentando o quadro, mas a estrutura ainda não é a ideal nem adequada. Ele defendeu que se pense em aumentar o percentual de repasse como solução ao problema orçamentário.

O representante do Sinjur, Chagas Raimundo Teixeira, disse que o servidor paga muito imposto, pois a carga tributária brasileira é injusta. Aumentaram o percentual previdenciário, enquanto isso grandes empresas como instituições bancárias, pagam pouco.

O secretário chefe da Casa Civil, Emerson Castro, disse que o governador Confúcio Moura (PMDB), desde que assumiu o mandato, teve uma administração participativa, compartilhando as decisões e realizando audiências em todos os municípios discutindo o PPA.

Segundo ele, dentro desta perspectiva o governador transferiu do próprio orçamento recursos para o MP e DPE para que tivessem independência. “Enquanto era vendida a imagem de um País pujante, o governador cortou cargos e fundiu secretarias, buscando a independência financeira do Estado”, garantiu.

Emerson Castro salientou a independência do Instituto de Previdência do Estado, e disse que toda reforma da Previdência estadual foi estudada com a participação dos sindicatos e servidores. “Nada neste governo é feito na calada da noite, às escondidas”, destacou.

Para o chefe da Casa Civil, houve aumento da demanda nas áreas de saúde e educação com a migração de quem utilizava o sistema privado. “Tudo isso gera mais despesa ao Estado”, citou. Ele finalizou dizendo que o País irá sair da crise e Rondônia estará na frente, pois sempre buscou o seu ajuste financeiro.

Respondendo ao deputado Jesuíno, sobre ajustes (RGA) e contratações, Emerson Castro disse ser preciso respeitar a arrecadação. “Hoje eu não tenho resposta a dar, pois não vou criar a expectativa, sendo que tenho limite da lei para respeitar”, justificou. Ele afirmou que o governo contratará conforme a necessidade e possibilidade.

Representando o Sinsempro, Marcos André Alves Brito questionou o excesso de arrecadação do Orçamento, e disse que a desigualdade de renda nos órgãos públicos é grande. Wagner Freitas respondeu que não se coloca o excesso no Orçamento, tendo em vista que é uma hipótese, por isso, ocorrendo superávit, é utilizado no exercício seguinte.

Pelo Sinjur, Francisco Roque disse que o Estado fez o dever de casa, e o Tribunal de Justiça tem se adequado para manter o atendimento à população, com políticas públicas, através de seu orçamento próprio, e que espera que não seja alterado, para que possa manter sua independência.

Representando o Sindler, Mara Valverde disse que todo servidor merece seus aumentos, como todo trabalhador. Ela defendeu a redução do valor do imposto previdenciário e cobrou da Casa Civil a criação do Fundo da Mulher.

O presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público (Sinsempro), Almir Santos Santana, pediu que as mudanças comecem por cima e não como sempre acontece, pelo trabalhador. Citou que o trabalhador comum tem 30 dias de férias e os parlamentares têm no mínimo o dobro. O deputado Jesuíno disse que já tem uma Proposta de Emenda Constitucional para alterar esta questão.

Finalizando a audiência, o deputado Jesuíno pediu que o Estado encaminhe no prazo de 15 dias o levantamento de quanto há de sobra financeira em cada Poder e órgão independente.

ALE/RO - DECOM - Geovani Berno
Foto: José Hilde

http://www.al.ro.leg.br/institucional/noticias/audiencia-publica-debate-diretrizes-para-orcamento-do-estado-para-o-proximo-ano/image/image_view_fullscreen

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